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16 mar 2023

Produtores dos EUA planejam dobrar oferta de biocombustíveis para descarbonizar transporte pesado

A Clean Fuels America Alliance (associação de produtores de biocombustíveis dos EUA) estima que a produção anual de biodiesel, diesel renovável (HVO) e combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) nos Estados Unidos pode alcançar 6 bilhões de galões – o equivalente a 22,8 bilhões de litros – até 2030. 

A organização explica que os produtores de biocombustíveis estão buscando expandir a oferta para atender as demandas de mercados de difícil descarbonização nos EUA, como os veículos pesados e os transportes ferroviário, marítimo e aviação. 

Somente em 2021, o país consumiu 3,1 bilhões de galões de combustíveis renováveis (biodiesel, HVO e SAF), conforme dados da consultoria LMC International. 

Um fator que deve impulsionar a indústria é a Lei de Redução da Inflação (IRA) sancionada pelo presidente Joe Biden no ano passado, que prevê incentivos à produção de SAF. A meta é atender 100% da demanda de combustível de aviação doméstica com o biocombustível até 2050.

No curto prazo, o governo planeja ter 3 bilhões de galões de SAF com custo competitivo disponível para os operadores de aeronaves até 2030. Para isso, está trabalhando com toda a cadeia — desde produtores até companhias aéreas.

Até 2030, as companhias aéreas estadunidenses planejam substituir 10% do combustível convencional por SAF.

Por ser produzido junto com o diesel verde, a tendência é que ambos os combustíveis ganhem mercado nos próximos anos.

Atualmente, o HVO é o combustível que mais cresce na participação do mix de renováveis nos Estados Unidos. Os dados são do relatório sobre o mercado de energia nos EUA até 2050, da Administração de Informação de Energia (EIA). 

A análise dos produtores também considerou o impacto nas cadeias de valores necessárias para a geração e distribuição dos combustíveis. O setor gerou US$ 23,2 bilhões em atividades econômicas.

“Esse crescimento pode gerar empregos adicionais e aumentar as oportunidades econômicas para produtores, produtores de combustível e outros setores econômicos”, afirmou o CEO da Clean Fuels, Donnell Rehagen.

Geração de empregos

A pesquisa da Clean Fuels constatou que tanto a fabricação de HVO quanto a de biodiesel foram responsáveis por 75.200 empregos no ramo dos biocombustíveis nos EUA. O estudo se baseou em dados de 2021.

Quanto aos impactos econômicos, a organização revelou que cerca de 41% pode ser atribuído aos produtores de energia limpa, que respondem por 17.120 cargos no país. 

No panorama agrícola, somente a produção e a colheita de matérias-primas totalizaram US$ 7,41 bilhões em atividades econômicas, empregando 28.236 pessoas. Já as plantas de processamento de oleaginosas corresponderam a mais de 20% desse total, com 6.024 postos de trabalho em todo o país, e somando US$ 4,97 bilhões ao setor econômico. 

As oportunidades da cadeia de produção podem impulsionar, principalmente, o mercado de biodiesel nos Estados Unidos. 

Consumo global

De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), o consumo global de biocombustíveis deve crescer cerca de 22% nos próximos quatro anos, sendo um terço dessa produção proveniente de resíduos. O percentual é equivalente a 35 bilhões de litros anuais até 2027.

Os EUA, assim como o Brasil, Canadá, Indonésia e a Índia representam 80% da expansão total de uso de energia limpa.

De 2021 para 2022, apenas o diesel renovável ou HVO (sigla em inglês para óleo vegetal hidrotratado) registrou aumento de 40% na demanda global.

Cenário brasileiro

Enquanto a tendência nos EUA é de crescimento, a falta de previsibilidade afeta as indústrias de biodiesel que, após a redução do mandato obrigatório do biocombustível para B10, passaram a apresentar mais de 50% de capacidade ociosa em suas usinas. 

No Brasil, a geração de biodiesel sofreu baixa de 7% somente no ano passado, alcançando cerca de 6 bilhões de litros. Vale dizer que o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de biodiesel, atrás da Indonésia e dos EUA. 

O aumento do teor da mistura, no entanto, é alvo de disputa entre o setor de biodiesel e os representantes de transportes. 

Enquanto os produtores do biocombustível defendem a elevação do percentual do biodiesel no diesel para 15%, o setor de transportes alega que a mudança pode encarecer o frete, questionando também os impactos do produto nos motores e pedindo abertura do mercado para o HVO.

Fonte: epbr

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