O Acordo de Paris, adotado em 2015, estabeleceu o objetivo de limitar o aquecimento global abaixo de 2?C e, idealmente, não mais do que 1,5?C, em comparação com as condições pré-industriais. E este limite inferior está cada vez mais próximo de ser atingido.
Segundo um novo estudo conduzida por um grupo internacional de cientistas, e publicado na revista Nature Climate Change, se os humanos continuarem a emitir gases do efeito de estufa que aquecem o planeta ao ritmo atual, ele será alcançado em cerca de seis anos.
“Não queremos que isto seja interpretado como ‘seis anos para salvar o planeta’. Queremos sublinhar o quão perto estamos de 1,5 graus [Celsius]”, disse Christopher Smith, cientista climático da Universidade de Leeds e um dos autores do trabalho, durante entrevista coletiva.
A estimativa é que, para ter mais de 50% de hipóteses de limitar o aquecimento a 1,5?C, os seres humanos precisariam reduzir as emissões essencialmente a zero por volta de 2035. Mas isso é muito improvável, já que mesmo os planos mais ambiciosos não resultariam em emissões líquidas zero antes de 2050, destaca reportagem da NPR.
“Se limitarmos o aquecimento a 1,6 graus, ou 1,65 graus, ou 1,7 graus, isso é muito melhor do que 2 graus”, acrescentou. “Ainda precisamos lutar por cada décimo de grau.”
Orçamento de carbono restante
O New York Times destaca que, não muito tempo atrás, a janela de tempo para atingir a meta do Acordo de Paris era um pouco maior. Em 2021, cientistas disseram que o ser humano poderia continuar a emitir gases do efeito estufa ao ritmo atual durante mais cerca de 11 anos.
Desde então, porém, milhões de toneladas de dióxido de carbono foram lançadas na atmosfera. E, depois de incluir emissões recentes e fazer outras atualizações em seus cálculos, os autores do novo estudo produziram uma estimativa mais baixa da quantidade de carbono que ainda pode ser adicionada sem elevar as temperaturas globais além de 1,5 graus, índice conhecido como orçamento de carbono restante.
Uma vez gasto esse orçamento de carbono que ainda temos, o aquecimento não excederá necessariamente 1,5 graus e permanecerá acima desse valor imediatamente, destaca o NYT. Isso poderá acontecer um pouco mais cedo ou mais tarde, a depender dos ciclos climáticos naturais, como o El Niño, e de quantas sociedades irão reduzir as emissões de outros gases que retêm o calor, como o metano.
Fonte: Um Só Planeta